sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aquietou-se

E de uma euforia efusiva, silêncio. As nuvens aos poucos se fecham, o vento aos pouco uiva, o sol aos poucos se vai. Aquietar-se, aquietou-se, quieto. O meu balanço já não se move mais, tuas pernas se quebraram. A água fria, o jornal de ontem, o final do filme.

Uma multidão sem ninguém, o vazio mais cheio, o silêncio mais ensurdecedor, o doce amargo, e os cacos perfurando meus pés. Eu era tudo, hoje nada. Ausência. Aquietar-se, como quem deixa de respirar sutilmente, como quem não reluta ao deixar estar. E nesse silêncio, é que repousam os cacos de vidro, de corações. Aos poucos, da ausência, o sofrimento, aquietou-se.

José L.

*Texto escrito em maio de 2009.

2 comentários:

  1. E a gente está indo, indo e já fomos... O Vento que nos sopra, indica as vezes, o caminho a seguir, ir, mas as vezes, ir na direção contrária é encontrar um tesouro escondido pelo tempo, pelo fluxo. Siga a levada das brisas, mas siga também, os vossos instintos! ♥

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